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O dinheiro se torna mais feminino a cada dia. Sejam nas finanças ou no controle de orçamentos familiares, estudos mostram que as mulheres levam vantagem em diversos aspectos sobre os homens. Segundo especialistas, elas conseguem melhores resultados em investimentos de longo prazo, já predominam no controle das contas domésticas, e, ao mesmo tempo, veem sua capacidade de poupança aumentar com a conquista de espaço no mercado profissional.


Pesquisa sobre finanças femininas realizada em julho pela Sophia Mind, com 1.057 mulheres entre 18 e 60 anos em todo o país, mostra que 74% das entrevistadas já tomam sozinhas todas as decisões relativas a compras domésticas. Em 2010, no primeiro levantamento do gênero, esse percentual se limitava a 18%. "Essa mudança reflete a tendência de melhor posicionamento da mulher no mercado de trabalho e, junto com isso, um crescimento na renda", afirma Cristiane Libardi, gerente de marketing do grupo Batanga Media, do qual faz parte a consultoria responsável pelo levantamento. Ainda conforme o estudo, 75% das entrevistadas dividem ou contribuem para pagamento das despesas da casa.



Entre o levantamento de 2010 e o atual, a pesquisa da Sophia Mind indica um forte avanço no potencial de poupança. Há quatro anos 77% das entrevistadas alegavam que a condição financeira não permitia economizar nada. Hoje, apenas 44% identificam esse quadro. Já o percentual de mulheres que efetivamente poupa ou investe parte da renda subiu de 46% para 51%. Desse grupo, 21% conseguem guardar até 5% do salário e outras 14% separam até 10% do rendimento.


No mercado financeiro as apostas no toque feminino também estão em alta. Em julho, o banco britânico Barclays lançou o Barclays Women in Leadership Total Return Index, um indicador que acompanha uma carteira de ações de companhias americanas nas quais uma mulher ocupa o cargo de executiva-chefe ou contam com, pelo menos, 25% de participação feminina no conselho de administração. O índice serve de base para um Exchange Traded Note (ETN), um derivativo negociado em bolsa, lançado pelo banco.


O que está por trás da iniciativa da instituição é outra constatação: a de que o toque feminino faz diferença para impulsionar ganhos. Um levantamento da consultoria americana Catalyst com as companhias da lista Fortune 500 mostra que, entre 2004 e 2008, nos cinco anos imediatamente anteriores à crise do subprime, as empresas com três ou mais diretoras tiveram um retorno sobre patrimônio líquido (ROE, na sigla em inglês) médio anual de 15,3%, muito superior aos 10,5% de ROE de organizações sem presença feminina nos quadros principais.


Um segundo estudo, focado em "hedge funds", revela um quadro parecido ao das empresas abertas. Conforme a consultoria americana Rothstein Kass, adquirida pela KPMG, de janeiro de 2007 a junho de 2013, o conjunto dos fundos geridos por mulheres entregou um ganho médio anualizado de 6% contra um resultado médio negativo de 1,1% do grupo dominado pelos homens, que representam 84% dos gestores. No período, o S&P 500 gerou retorno de 4,4%.


E qual o segredo delas para obter os resultados apontados pelos estudos? De acordo com a professora do Insper, Regina Carla Madalozzo, especialista em economia de gêneros, diversas pesquisas têm indicado como característica feminina uma maior aversão ao risco em comparação aos homens. "Apesar dessa diferença, é preciso fazer uma ressalva de que não dá para dizer se o comportamento é inerente ao gênero ou se vem do ambiente social, que trata de modo diferente homens e mulheres desde crianças", afirma a pesquisadora.


Um estudo do Barclays em parceria com a consultoria britânica Ledbury Research, de 2011, chegou à conclusão que as mulheres, em geral, obtêm mais ganhos em suas aplicações comparadas aos homens. Segundo o documento, as investidoras tendem a correr menos riscos no mercado acionário, a ponderar mais as escolhas de ativos e a segurar os papéis por mais tempo. "As mulheres costumam experimentar emoções de maneira mais intensa que os homens e têm inclinação a sentir mais medo do que raiva" em situações de ameaça, considera o levantamento.


Para Sandra Blanco, consultora de investimentos da Órama, as mulheres são mais prudentes e, antes de aplicar seu dinheiro, querem conhecer bem o terreno onde pisam. "O comportamento competitivo do homem leva a uma estratégia de mais curto prazo e também mais arriscada", avalia. Sandra foi criadora de um dos primeiros clubes femininos de investimento em bolsa, em 2004, que chegou a ter 150 participantes. Segundo a consultora, "as mulheres não têm vergonha de perguntar e demoram mais para tomar uma decisão".


A diretora de comunicação, RH e educação da BM&FBovespa, Marita Bernhoeft, usa um exemplo bem-humorado para ilustrar essa característica: "Sabe aquela situação típica de que os homens não gostam, quando a mulher entra numa loja e fica perguntando será que está bom, será que levo isso ou aquilo? Nós temos de perguntar mais antes de decidirmos".


A menor inclinação ao risco fica evidente nas respostas do levantamento da Sophia Mind, feito em 2011. Na pesquisa com 1.157 mulheres entre 18 e 60 anos, 76% das entrevistadas apontaram a poupança como principal investimento. Fundos de renda fixa foram indicados por 27% do grupo. Aplicações em títulos de renda fixa foram citadas por 19%. Apenas 11% disseram investir diretamente em ações. "O foco é maior em renda fixa por causa [da falta] de conhecimento. Enquanto ela não sabe onde está pisando tende a ser mais conservadora", avalia Sandra, da Órama. Na pesquisa deste ano, a poupança continuou a liderar a preferência.


Fonte: http://www.informabrasil.com.br/preview_news_integra.php?materia=1802492&identd=1039&idusri=6382